segunda-feira, maio 31, 2004
Nem Deus morre...
Ocorreu-me uma cena... Se Deus é todo poderoso, em teoria é Tudo, portanto Deus é tipo o maior latifundiário que podemos imaginar. Deus é podre de rico. Todo o dinheiro édele, todo, mesmo as moedas de 1 cêntimo que a gente não liga e fica chateado quando nos dão no troco no supermercado. O Homem está portanto bem na vida.
Agora...
Se Deus tem tanta massa como a Imelda Marcos tinha sapatos, como fica Jesus na história?
Quer-se dizer, o pai é o que se sabe, dinheiro a perder de vista. Jesus anda naquele estado, mal vestido. Cá para mim, anda à espera que o velho morra, para ir à Gucci ou coisa do gênero.
Não te quero estragar a festa J, mas... o teu pai é... como posso pôr as coisas de modo menos agreste... ele... ele é imortal.
Tira o cavalinho da chuva. É melhor arranjares um emprego meu, que dali não levas nada.
Agora...
Se Deus tem tanta massa como a Imelda Marcos tinha sapatos, como fica Jesus na história?
Quer-se dizer, o pai é o que se sabe, dinheiro a perder de vista. Jesus anda naquele estado, mal vestido. Cá para mim, anda à espera que o velho morra, para ir à Gucci ou coisa do gênero.
Não te quero estragar a festa J, mas... o teu pai é... como posso pôr as coisas de modo menos agreste... ele... ele é imortal.
Tira o cavalinho da chuva. É melhor arranjares um emprego meu, que dali não levas nada.
sexta-feira, maio 28, 2004
Dei-te Lídia/ uma rosa com o meu amor/ a rosa fenece e eu floresço/A rosa é veneno/ leva-te nas suas pétalas rubras/ ao sangue de mim/Aceita-a calamidade/ toma-a em ti descalabro/ proclama-a ideal e bela/Como nada que tenhas de teu/ que em ti feneça enquanto eu floresço/Já oco/ já passado/ já golo de água bebido/ transparente e ilusório em ti/Ó Lidia imensa/ arranca as pétalas/ uma a uma/ como braços/ dedos/Sente a dor de cada uma/ são cidades/ muralhas/ vidas/ emoções/ azuis/Dei-te Lídia/ a rosa enfim/ vida no seu veneno mortal/ que floresça/Que feneça em ti/ para que eu floresça na tua memória.
Cure for pain
Someday... there'll be a cure for pain.
quinta-feira, maio 27, 2004
Há um grande frio que penetra esta casa. Que entra pelos espaços que ficaram marcados pelo tempo na madeira velha.
Dias há em que eu me sento imenso no alpendre velho e fico sem respirar a ouvir os sons de ameaças que vêm do mar. Consigo ouvi-los e eles não me conseguem ouvir a mim. Passados uns segundos, o meu corpo é uma parte da velha casa e os múrmurios abandonam-se por entre as minhas células, no espaço deixado pelo tempo.
Lentamente agito-me com a velha casa. Acabo por tremer pelas mesmas ansiedades, como o grande carvalho que ameaça invadi-la pelas manhãs de Outono, chove cobre nas minhas memórias dos que morreram e que já correram no pátio abandonado.
Em volta da fonte coberta de ferrugem, de um querubim sem uma asa, pequenos pardais cantam o sortilégio de uma vida insconsciente e eu não sei o que pensar na minha apneia sufocante. Ouves o vento que sopra do mar o barulho corroido das ondas em maresia...?
Um frio horrivel percorre toda a minha carne, olhando-me por dentro, sem saber o que está a sentir. É uma invasão de um povo que apenas quer passar para outra terra, outro território e que nem sabe o que destrói pelo caminho ou sequer que pode destruir.
Lembro-me de uma juventude perdida nesta pasmar solene, olhos fixos onde acaba a floresta e começam as dunas da praia.
Lembro-me vividamente de correr de pés descalços por sobre as folhas secas, do barulho macabro dos meus punhos no tronco das árvores, olhos fechados, dentes a ranger, para depois sentir o calor do sol que caía já no horizonte - nunca tive coragem de ir àquela praia senão quando raiava a noite no meu coração.
Porque me lembro assim do que nunca vivi? De pegar pela mão um outro corpo e o puxar para o chão macio. De o sentir preso de movimentos, para depois o largar pela futilidade que é resistir.
É verdade que os meus passos se fizeram pesados na areia molhada, mesmo que já não se vejam. É o sonho ou são as marés que os apagaram tão violentamente como eu os terei marcado?
Às vezes adormeço assim, velho, no alpendre gasto.
Só a sentir o vento que passa por mim, frio como eu, pelo espaço deixado pelo tempo em mim.
Há tantas coisas no sonho e tantas coisas na vida e tantas coisas no sonho que não há na vida.
Dias há em que eu me sento imenso no alpendre velho e fico sem respirar a ouvir os sons de ameaças que vêm do mar. Consigo ouvi-los e eles não me conseguem ouvir a mim. Passados uns segundos, o meu corpo é uma parte da velha casa e os múrmurios abandonam-se por entre as minhas células, no espaço deixado pelo tempo.
Lentamente agito-me com a velha casa. Acabo por tremer pelas mesmas ansiedades, como o grande carvalho que ameaça invadi-la pelas manhãs de Outono, chove cobre nas minhas memórias dos que morreram e que já correram no pátio abandonado.
Em volta da fonte coberta de ferrugem, de um querubim sem uma asa, pequenos pardais cantam o sortilégio de uma vida insconsciente e eu não sei o que pensar na minha apneia sufocante. Ouves o vento que sopra do mar o barulho corroido das ondas em maresia...?
Um frio horrivel percorre toda a minha carne, olhando-me por dentro, sem saber o que está a sentir. É uma invasão de um povo que apenas quer passar para outra terra, outro território e que nem sabe o que destrói pelo caminho ou sequer que pode destruir.
Lembro-me de uma juventude perdida nesta pasmar solene, olhos fixos onde acaba a floresta e começam as dunas da praia.
Lembro-me vividamente de correr de pés descalços por sobre as folhas secas, do barulho macabro dos meus punhos no tronco das árvores, olhos fechados, dentes a ranger, para depois sentir o calor do sol que caía já no horizonte - nunca tive coragem de ir àquela praia senão quando raiava a noite no meu coração.
Porque me lembro assim do que nunca vivi? De pegar pela mão um outro corpo e o puxar para o chão macio. De o sentir preso de movimentos, para depois o largar pela futilidade que é resistir.
É verdade que os meus passos se fizeram pesados na areia molhada, mesmo que já não se vejam. É o sonho ou são as marés que os apagaram tão violentamente como eu os terei marcado?
Às vezes adormeço assim, velho, no alpendre gasto.
Só a sentir o vento que passa por mim, frio como eu, pelo espaço deixado pelo tempo em mim.
Há tantas coisas no sonho e tantas coisas na vida e tantas coisas no sonho que não há na vida.
terça-feira, maio 25, 2004
Quem eu sempre fui
MÁRIO: "Sempre quando olhava a beleza que descia a rua, perto das montras, eu a desejava na sua rudeza agreste, desconhecida. Todo o meu desejo era possuí-la nos braços, beber dela até estar saciado, transbordante do seu riso e da sua cor. Nada em mim era animal, mas doce, num enlevo. Por isso nunca a possuía, porque procurá-la era ser animal e eu nada de animal tenho em mim. A felicidade que conheci nos braços de mulheres, foi por elas me terem conquistado, porque eu nunca amei. Por me fartar aquilo mesmo que nunca tive, ao ponto de o tédio inundar toda a atenção em mim. Tudo quanto, irreal, sonhei em mim, pouco deixa para o real fora de mim. Fui escolástico e mestre de obras cansado, pedinte e caçador bêbado de sangue. Partia sempre, mas sempre regressava à dor que era a minha. Tudo ruia sempre igual, no silêncio".
(in Nuno H, Delírios morrendo em cetins)
(in Nuno H, Delírios morrendo em cetins)
segunda-feira, maio 24, 2004
Fome
Está sol e dou por mim a sorrir.
Só penso que hoje comi duas vezes. Comi duas vezes a mais.
Quando estou contigo não quero comer.
Quero sofrer nos teus braços, arranhar as paredes vazias do frigorifico velho (que não faz gelo).
Quando aprenderam os homens a alimentarem-se de outras coisas?
Apolineos aprenderam a esquecer as emoções pelos molhos, quando a fome traz a felicidade.
Não a fome pela fome, mas a fome em ti. A minha fome de ti. A minha fome de me alimentares.
Tenho fome em ti.
Tenho fome de ti.
Tenho uma fome eterna que nunca se satisfaz.
Deixa a porta aberta do teu frigorifico vazio e sofre comigo à sua luz morna,
enquanto sai o frio que nos nos aproxima.
Fome.
Fome.
Uma fome imensa.
Sinto uma fome imensa de ti.
Só penso que hoje comi duas vezes. Comi duas vezes a mais.
Quando estou contigo não quero comer.
Quero sofrer nos teus braços, arranhar as paredes vazias do frigorifico velho (que não faz gelo).
Quando aprenderam os homens a alimentarem-se de outras coisas?
Apolineos aprenderam a esquecer as emoções pelos molhos, quando a fome traz a felicidade.
Não a fome pela fome, mas a fome em ti. A minha fome de ti. A minha fome de me alimentares.
Tenho fome em ti.
Tenho fome de ti.
Tenho uma fome eterna que nunca se satisfaz.
Deixa a porta aberta do teu frigorifico vazio e sofre comigo à sua luz morna,
enquanto sai o frio que nos nos aproxima.
Fome.
Fome.
Uma fome imensa.
Sinto uma fome imensa de ti.
domingo, maio 23, 2004
A Elsa Raposo é Deus
Não se pode olhar para o lado sem ver a Elsa Raposo.
É um fenómeno que não se pode ignorar por mais tempo.
Não se conhece uma actividade profissional desta senhora. Já fez lingerie de homem na PortugalFashion, diz que foi modelo, relações públicas da volta a Portugal em bicicleta e esteve 28 vezes noiva de um Barão gordo qualquer...
O facto é que abres uma revista, Elsa Raposo, vais ao café, Elsa Raposo, um gajo pede-te trocos nos semáforos, é a Elsa Raposo.
Durante muitos milénios, foi muito discutido que uma das qualidades de Deus era estar em todo o lado, ser omnipresente e omnisciente. Bem, se os meus cálculos não me enganam, acho que encontrei a prova definitiva para convencer os ateus.
Prostrem-se a Elsa Raposo, a vossa deusa. Ela está em todo o lado. É só olharem para trás, mesmo agora.
Elsa, sê misericordiosa connosco e perdoa-nos as nossas fraquezas, como nós perdoamos as tuas estadias nas clinicas de reabilitação, mas livra-nos das más maquilhagens, amen.
É um fenómeno que não se pode ignorar por mais tempo.
Não se conhece uma actividade profissional desta senhora. Já fez lingerie de homem na PortugalFashion, diz que foi modelo, relações públicas da volta a Portugal em bicicleta e esteve 28 vezes noiva de um Barão gordo qualquer...
O facto é que abres uma revista, Elsa Raposo, vais ao café, Elsa Raposo, um gajo pede-te trocos nos semáforos, é a Elsa Raposo.
Durante muitos milénios, foi muito discutido que uma das qualidades de Deus era estar em todo o lado, ser omnipresente e omnisciente. Bem, se os meus cálculos não me enganam, acho que encontrei a prova definitiva para convencer os ateus.
Prostrem-se a Elsa Raposo, a vossa deusa. Ela está em todo o lado. É só olharem para trás, mesmo agora.
Elsa, sê misericordiosa connosco e perdoa-nos as nossas fraquezas, como nós perdoamos as tuas estadias nas clinicas de reabilitação, mas livra-nos das más maquilhagens, amen.
sexta-feira, maio 21, 2004
Uma mensagem à futura Rainha de Espanha
LETIZIA FOGE!!! AINDA VAIS A TEMPO! NÃO CAIAS NISSO, OLHA BEM PARA A CARA DELE! APROVEITA AGORA QUE ELE ESTÁ A ACENAR À MULTIDÃO! CORRE LETIZIA! CORRE PARA A TUA LIBERDADE!!!
LETIZIA FOGE!!! AINDA VAIS A TEMPO! NÃO CAIAS NISSO, OLHA BEM PARA A CARA DELE! APROVEITA AGORA QUE ELE ESTÁ A ACENAR À MULTIDÃO! CORRE LETIZIA! CORRE PARA A TUA LIBERDADE!!!
quinta-feira, maio 20, 2004
[ [ [ Estática ] ] ]
quarta-feira, maio 19, 2004
Nuno Rogeiro, I salute you
Já há muito tempo que eu te queria fazer uma homenagem.
A minha adolescência foi feita a ouvir-te a falar, como os mestres Zen falam aos seus alunos. Acho que finalmente as tuas palavras começam a fazer sentido, depois de tanto tempo sem entender nada do que dizias.
Não te vou gozar, como seria tão fácil. Porque Nuno, eu admiro-te realmente, a tua pose, o teu cabelo desgrenhado, o teu doutoramento manhoso, as tuas opiniões esfarrapadas mas ditas com a convicção de um arrependido das FP25 de Abril (eu sei, também não percebi esta, estás a ver Nuno, como me influenciaste pá?)
Num dos programas antigos do Herman, um dos meus momentos favoritos era o Herman a fazer de Rogeiro, com a caneta, curvado em cima da mesa, cabelo grande. Genial. Era isso e o gajo que era mais bolos, esse era o meu preferido, mas depois vinha o Rogeiro.
Podias muito bem ter sido um profeta se tivesses nascido na Palestina em vez de na Baixa da Banheira. Com os teus dotes de orador e o azedume de crãnio incompreendido, farias o orgulho do teu paí¬s.
Ainda hoje estou para perceber onde vais buscar as informações sobre manuais de operações americanos, mensagens diplomáticas FYEO, Black Ops, cenas que o Carter não sabia que se passavam na casa de banho enquanto ele estava lá dentro, mas nunca por um momento desconfiei de ti. Isso diz alguma coisa. Eu sou um gajo muito desconfiado e nunca desconfiei de ti Nuno.
Tens um nivel de credibilidade ao nivel de uma Júlia Pinheiro, mas para melhor, não sei.
Sei que era rebaixares-te, mas podias vender 100 StepAb Masters por dia, se fosses para o Teleshopping. És tão bom quanto isso, acredita.
Não sei o que te deu para ires para a SIC, mas continuas o mesmo que eras no canal 2, naquelas noites inesqueciveis de análise militar e diplomática.
Lembras-te em Junho de 1999 quando puxaste do nome do Coronel McArthur e o homem da Cuercus que estava ao teu lado ficou assim a olhar, sem saber o que dizer...? Simplesmente genial.
Provavelmente nunca foste à tropa, ou eles tramavam-te o cabelo, mas mesmo assim lutas pela credibilidade das tuas posições, sem ceder um milimetro que seja.
Por tudo isto, pensei nesta homenagem singela e pobre, de quem te admira realmente.
Nunca deixes de ser quem és Nuno.
Nuno, I salute you.
A minha adolescência foi feita a ouvir-te a falar, como os mestres Zen falam aos seus alunos. Acho que finalmente as tuas palavras começam a fazer sentido, depois de tanto tempo sem entender nada do que dizias.
Não te vou gozar, como seria tão fácil. Porque Nuno, eu admiro-te realmente, a tua pose, o teu cabelo desgrenhado, o teu doutoramento manhoso, as tuas opiniões esfarrapadas mas ditas com a convicção de um arrependido das FP25 de Abril (eu sei, também não percebi esta, estás a ver Nuno, como me influenciaste pá?)
Num dos programas antigos do Herman, um dos meus momentos favoritos era o Herman a fazer de Rogeiro, com a caneta, curvado em cima da mesa, cabelo grande. Genial. Era isso e o gajo que era mais bolos, esse era o meu preferido, mas depois vinha o Rogeiro.
Podias muito bem ter sido um profeta se tivesses nascido na Palestina em vez de na Baixa da Banheira. Com os teus dotes de orador e o azedume de crãnio incompreendido, farias o orgulho do teu paí¬s.
Ainda hoje estou para perceber onde vais buscar as informações sobre manuais de operações americanos, mensagens diplomáticas FYEO, Black Ops, cenas que o Carter não sabia que se passavam na casa de banho enquanto ele estava lá dentro, mas nunca por um momento desconfiei de ti. Isso diz alguma coisa. Eu sou um gajo muito desconfiado e nunca desconfiei de ti Nuno.
Tens um nivel de credibilidade ao nivel de uma Júlia Pinheiro, mas para melhor, não sei.
Sei que era rebaixares-te, mas podias vender 100 StepAb Masters por dia, se fosses para o Teleshopping. És tão bom quanto isso, acredita.
Não sei o que te deu para ires para a SIC, mas continuas o mesmo que eras no canal 2, naquelas noites inesqueciveis de análise militar e diplomática.
Lembras-te em Junho de 1999 quando puxaste do nome do Coronel McArthur e o homem da Cuercus que estava ao teu lado ficou assim a olhar, sem saber o que dizer...? Simplesmente genial.
Provavelmente nunca foste à tropa, ou eles tramavam-te o cabelo, mas mesmo assim lutas pela credibilidade das tuas posições, sem ceder um milimetro que seja.
Por tudo isto, pensei nesta homenagem singela e pobre, de quem te admira realmente.
Nunca deixes de ser quem és Nuno.
Nuno, I salute you.
Vem comigo
Vem comigo conhecer o gosto impuro das pirâmides,
dos braços amputados atirados à beira de estrada...
Vem comigo
Há milagres nas arestas,
vidas secretas do vento,
arrependimento nas monções que tardam em chegar
enquanto o deserto morre de sede...
Vem comigo conhecer o segredo da felicidade,
festas dormentes em que te cegas com o sol
de mãos dadas com o destino que te acarinha assustada...
Vem comigo de venda nos olhos,
não é uma execução mas uma oportunidade
para veres o horizonte carmim em erupção.
Ao menos possas acreditar em mim...
Vem,
Vem agora.
Vem comigo, eu tenho um sonho antigo e nada será como dantes.
dos braços amputados atirados à beira de estrada...
Vem comigo
Há milagres nas arestas,
vidas secretas do vento,
arrependimento nas monções que tardam em chegar
enquanto o deserto morre de sede...
Vem comigo conhecer o segredo da felicidade,
festas dormentes em que te cegas com o sol
de mãos dadas com o destino que te acarinha assustada...
Vem comigo de venda nos olhos,
não é uma execução mas uma oportunidade
para veres o horizonte carmim em erupção.
Ao menos possas acreditar em mim...
Vem,
Vem agora.
Vem comigo, eu tenho um sonho antigo e nada será como dantes.
terça-feira, maio 18, 2004
Apertar o cinto no ar e o Capitalismo árabe
Parece que vem ai um novo choque petrolifero, porque o preço do petroil não pára de subir. Consequências imediatas: o Sheik Abdulah Malik vai dar 2 Ferraris Enzo de gorjeta ao gajo que lhe entrega as pizzas e...
...ocorreu-me se as companhias aéreas não podiam, para poupar umas massas, pôr os aviões a andar em ponto morto durantes uns bocados...?
Já agora era interessante uma reflexão sobre a maneira como a influência árabe é realmente preponderante no avanço e no recuo das economias Ocidentais que, como bem sabemos, se baseiam no petróleo como principal fonte de energia. Factos: a OPEP é um pequeno cartel de paises - 11 no total - sendo os mais importantes paises produtores os membros do Médio Oriente e só um pais não é Muçulmano - a Venezuela.
É caso para dizer que o mundo árabe tem os "tomates" do Capitalismo nas mãos. Pode esmagá-los, mas não os esmaga, porque o Mundo árabe produtor de petróleo gosta do Capitalismo, porque foram as economias dependentes do petróleo do Ocidente que ergueram as cidades brilhantes no deserto. No meio do fanatismo religioso, sempre alimentado pela pobreza, os oásis que alimentam uns poucos aparecem como uma ironia macabra no deserto da fome e da opressão. Na realidade, a OPEP tem a sua própria agenda Capitalista, está muito ciente dos seus factores de produção, dos ratios económicos, das curvas e dos ciclos, da volatilidade na procura e dos riscos da saturação dos mercados. Quem diria que no fim das contas, o Capitalismo árabe fosse uma das faces da moeda. Algo que talvez os revolucionários do Islão escolhem não ver...
...ocorreu-me se as companhias aéreas não podiam, para poupar umas massas, pôr os aviões a andar em ponto morto durantes uns bocados...?
Já agora era interessante uma reflexão sobre a maneira como a influência árabe é realmente preponderante no avanço e no recuo das economias Ocidentais que, como bem sabemos, se baseiam no petróleo como principal fonte de energia. Factos: a OPEP é um pequeno cartel de paises - 11 no total - sendo os mais importantes paises produtores os membros do Médio Oriente e só um pais não é Muçulmano - a Venezuela.
É caso para dizer que o mundo árabe tem os "tomates" do Capitalismo nas mãos. Pode esmagá-los, mas não os esmaga, porque o Mundo árabe produtor de petróleo gosta do Capitalismo, porque foram as economias dependentes do petróleo do Ocidente que ergueram as cidades brilhantes no deserto. No meio do fanatismo religioso, sempre alimentado pela pobreza, os oásis que alimentam uns poucos aparecem como uma ironia macabra no deserto da fome e da opressão. Na realidade, a OPEP tem a sua própria agenda Capitalista, está muito ciente dos seus factores de produção, dos ratios económicos, das curvas e dos ciclos, da volatilidade na procura e dos riscos da saturação dos mercados. Quem diria que no fim das contas, o Capitalismo árabe fosse uma das faces da moeda. Algo que talvez os revolucionários do Islão escolhem não ver...
segunda-feira, maio 17, 2004
Rendilhado
Remenda
Vira
Olha
Remenda
Tira uma volta à linha
Remenda
Olha novamente
Sente com os dedos
Remenda
Uma volta completa
Sente
Remenda
Olha para longe
Mais uma volta
Sente com os dedos
Corta a linha com a boca
Olha para longe
Ouve
Remenda
Fica quieta
Ouve
Sente com os dedos
Olha
Pousa a agulha
Sente com os dedos
Pensa
Remenda
Fica quieta
Olha para longe
Olha
Ouve
Passa a linha pela agulha
Molha a linha na lingua
Ouve
Remenda
Fica quieta
Sente com os dedos
Pára
Fica quieta
Tenta mais uma vez
Sorri
Fica triste
Ouve
Pára
Sente com os dedos
Remenda
Cheira a chuva
Ouve
Ouve
Ouve
Sente com os dedos
Limpa os olhos
Remenda
Ouve
Pára
Fica quieta
Sente com os dedos
Pousa o tecido
Acaba
Limpa os olhos.
Vira
Olha
Remenda
Tira uma volta à linha
Remenda
Olha novamente
Sente com os dedos
Remenda
Uma volta completa
Sente
Remenda
Olha para longe
Mais uma volta
Sente com os dedos
Corta a linha com a boca
Olha para longe
Ouve
Remenda
Fica quieta
Ouve
Sente com os dedos
Olha
Pousa a agulha
Sente com os dedos
Pensa
Remenda
Fica quieta
Olha para longe
Olha
Ouve
Passa a linha pela agulha
Molha a linha na lingua
Ouve
Remenda
Fica quieta
Sente com os dedos
Pára
Fica quieta
Tenta mais uma vez
Sorri
Fica triste
Ouve
Pára
Sente com os dedos
Remenda
Cheira a chuva
Ouve
Ouve
Ouve
Sente com os dedos
Limpa os olhos
Remenda
Ouve
Pára
Fica quieta
Sente com os dedos
Pousa o tecido
Acaba
Limpa os olhos.
sábado, maio 15, 2004
Memoirs
A menina Cathy recordou os tempos de escola e eu lembrei-me de uma coisa que me marcou também.
Eu na escola preparatória era - espanto dos espantos - o miúdo mais popular da turma, tinha boas notas, fazia o pessoal rir, as miúdas achavam-me uma certa piada e até era delegado de turma, era fantástico.
Durou pouco é certo, até chegar um miúdo com melhor aspecto que sabia jogar futebol. As miúdas são muito voláteis, ainda hoje...
Mas eu lembro-me de uma ocasião em especial. Uma rapariga tinha trazido um peluche e nós estávamos à espera que a aula começasse. Por alguma razão, começaram a atirar o peluche ao ar, cada vez mais alto e eu - como de costume - disse logo uma piada: "eu é que não gostava de ser urso". Foi o riso geral da turma, excepto de um rapaz que me respondeu: "então porque é que és?", com um tom amargo de voz.
Ainda hoje me lembro desta lição de humildade e inveja.
Queria que soubesses, pequeno rapaz, que me lembro disto e... QUE O URSO ÉS TU!
Eu na escola preparatória era - espanto dos espantos - o miúdo mais popular da turma, tinha boas notas, fazia o pessoal rir, as miúdas achavam-me uma certa piada e até era delegado de turma, era fantástico.
Durou pouco é certo, até chegar um miúdo com melhor aspecto que sabia jogar futebol. As miúdas são muito voláteis, ainda hoje...
Mas eu lembro-me de uma ocasião em especial. Uma rapariga tinha trazido um peluche e nós estávamos à espera que a aula começasse. Por alguma razão, começaram a atirar o peluche ao ar, cada vez mais alto e eu - como de costume - disse logo uma piada: "eu é que não gostava de ser urso". Foi o riso geral da turma, excepto de um rapaz que me respondeu: "então porque é que és?", com um tom amargo de voz.
Ainda hoje me lembro desta lição de humildade e inveja.
Queria que soubesses, pequeno rapaz, que me lembro disto e... QUE O URSO ÉS TU!
sexta-feira, maio 14, 2004
Está tudo bem
Olha, leva esta carta contigo.
Diz qualquer coisa como: “Não te preocupes. Está tudo bem”, mas por outras palavras, mais solenes, num texto mais sentimental.
Entende que não está tudo bem, mesmo que eu o diga. Se o digo é para que não te preocupes, não por ser a verdade. Mas não te iludas que eu cuide de como tu te podes sentir, eu só não quero que me perturbes mais sobre este assunto.
Deixa-me com as minhas doenças.
Diz qualquer coisa como: “Não te preocupes. Está tudo bem”, mas por outras palavras, mais solenes, num texto mais sentimental.
Entende que não está tudo bem, mesmo que eu o diga. Se o digo é para que não te preocupes, não por ser a verdade. Mas não te iludas que eu cuide de como tu te podes sentir, eu só não quero que me perturbes mais sobre este assunto.
Deixa-me com as minhas doenças.
quarta-feira, maio 12, 2004
Blog-Away
Tenho o meu Blog há tantos (demasiados!) meses, pelo que é talvez altura para olhar para trás.
Achei que seria giro disponibilizar um ZIP para quem quisesse levar o Blog para casa. Podem recordar ou ver pela primeira vez posts como "Zé do Gin - o sonâmbulo bebado", "Finalmente... um UFO no meu quintal", "Em busca das cuecas perdas I, II e III", "De onde vêm os pinheiros de Natal", "O embróglio Saddam/Pai Natal", "Os penteados dos putos que usam roupa da Ralph Lauren" ou "Che Guevara parou na beira de rio e chorou".
Agora vou eu pôr o "Memories" no gramofone, ler o passado, deitar um Brandy Napoleon num cálice largo, vestir o robe de veludo vermelho e fazer com que a vizinha da frente se sinta muito, muito, mas mesmo muito desconfortável.
Basta clicar aqui para descarregar
(ZIP com o ficheiro Word XP - tamanho aproximado 1,6 MB, que inclui as fotos).
Achei que seria giro disponibilizar um ZIP para quem quisesse levar o Blog para casa. Podem recordar ou ver pela primeira vez posts como "Zé do Gin - o sonâmbulo bebado", "Finalmente... um UFO no meu quintal", "Em busca das cuecas perdas I, II e III", "De onde vêm os pinheiros de Natal", "O embróglio Saddam/Pai Natal", "Os penteados dos putos que usam roupa da Ralph Lauren" ou "Che Guevara parou na beira de rio e chorou".
Agora vou eu pôr o "Memories" no gramofone, ler o passado, deitar um Brandy Napoleon num cálice largo, vestir o robe de veludo vermelho e fazer com que a vizinha da frente se sinta muito, muito, mas mesmo muito desconfortável.
Basta clicar aqui para descarregar
(ZIP com o ficheiro Word XP - tamanho aproximado 1,6 MB, que inclui as fotos).
terça-feira, maio 11, 2004
Only 2 lights on in this city
domingo, maio 09, 2004
Os Filmes da vida dele
Começa hoje uma rubrica aqui no Blog, da autoria de Victor H. Santos, VHS para os amigos, que vai proceder à critica de filmes que estão em cartaz nos cinemas do nosso belo Portugal. A palavra ao VHS, com desejos de sucesso duradouro para esta sua nova coluna de critica.
Nuno.
Meus amigos cinéfilos e todos os outros que não gostam de crianças pequenas.
Começo por agradecer o amável convite do meu querido amigo (nota de 50 euros) para criar um espaço de critica que pretende ser isento e imparcial. No entanto não quer dizer que eu veja os filmes todos, porque ser cantoneiro na Câmara Municipal de Alenquer me ocupa algum tempo. Assim, algumas criticas são baseadas não tanto em ter visto o filme, mas de eu gostar dos actores, ou do filme ser ou não com legendas. Não sou muito de filmes estrangeiros, mas também não gosto dos portugueses, mais dos americanos, mas gosto do Vasco Santana. Sendo assim, vamos começar pela apreciação dos filmes em cartaz esta semana no Shopping do Parque de Campismo em Alenquer.
A PAIXÃO DE CRISTO
Chiça. Mau demais para ser verdade. Ainda por cima com legendas? Uma merda.
ALGUÉM TEM DE CEDER
Ok, eu cedo e não vou ver o filme. O Jack Nickolson em cima da Diane Keaton dá vontade de vomitar.
COLD MOUNTAIN
Deve ser sobre o João Garcia. Faz-me impressão o nariz dele. Eu evitava ver este.
ESCOLA DE ROCK
Por muito que eu goste de Wrestling, ver a escola onde andou o Rock... gasto melhor 5 euros em minis.
HIDALGO
Um gajo com um cavalo no deserto. Paneleirice Hollywoodesca.
SCOOBY DOO 2
Odeio filmes com cães. Já chega o Beethoven a babar-se. Alguém ponha o bicho a dormir.
À DUZIA É MAIS BARATO
O Steve Martin devia ser extirpado vivo com um arame ferrujento.
LOST IN TRANSLATION
Filme que faz pensar. Pensar: "tirem-me daqui e dêem-me um tiro na testa para acabar com o meu sofrimento".
FILME A VER ESTA SEMANA:
HONEY
Gajas a dançar quase nuas. É pena não se poder desligar o som na sala de cinema.
Mas o escuro ajuda á masturbação.
Dou-lhe 3 VHS.
Nuno.
Meus amigos cinéfilos e todos os outros que não gostam de crianças pequenas.
Começo por agradecer o amável convite do meu querido amigo (nota de 50 euros) para criar um espaço de critica que pretende ser isento e imparcial. No entanto não quer dizer que eu veja os filmes todos, porque ser cantoneiro na Câmara Municipal de Alenquer me ocupa algum tempo. Assim, algumas criticas são baseadas não tanto em ter visto o filme, mas de eu gostar dos actores, ou do filme ser ou não com legendas. Não sou muito de filmes estrangeiros, mas também não gosto dos portugueses, mais dos americanos, mas gosto do Vasco Santana. Sendo assim, vamos começar pela apreciação dos filmes em cartaz esta semana no Shopping do Parque de Campismo em Alenquer.
A PAIXÃO DE CRISTO
Chiça. Mau demais para ser verdade. Ainda por cima com legendas? Uma merda.
ALGUÉM TEM DE CEDER
Ok, eu cedo e não vou ver o filme. O Jack Nickolson em cima da Diane Keaton dá vontade de vomitar.
COLD MOUNTAIN
Deve ser sobre o João Garcia. Faz-me impressão o nariz dele. Eu evitava ver este.
ESCOLA DE ROCK
Por muito que eu goste de Wrestling, ver a escola onde andou o Rock... gasto melhor 5 euros em minis.
HIDALGO
Um gajo com um cavalo no deserto. Paneleirice Hollywoodesca.
SCOOBY DOO 2
Odeio filmes com cães. Já chega o Beethoven a babar-se. Alguém ponha o bicho a dormir.
À DUZIA É MAIS BARATO
O Steve Martin devia ser extirpado vivo com um arame ferrujento.
LOST IN TRANSLATION
Filme que faz pensar. Pensar: "tirem-me daqui e dêem-me um tiro na testa para acabar com o meu sofrimento".
FILME A VER ESTA SEMANA:
HONEY
Gajas a dançar quase nuas. É pena não se poder desligar o som na sala de cinema.
Mas o escuro ajuda á masturbação.
Dou-lhe 3 VHS.
sexta-feira, maio 07, 2004
2 miúdos mudos a discutir
A mãe tem de intervir:
«Miguel pára já de fazer gestos ao teu irmão!»
«Miguel pára já de fazer gestos ao teu irmão!»
quinta-feira, maio 06, 2004
A minha mala é uma bomba!
Aeroporto de Birmingham, 10 da manhã. Zé Manel Fonseca empurra o seu carrinho de bagagens com o seu saco de viagem. Acabadas as férias curtas na casa da irmã, só lhe apetece ir para sua maison, tirar os sapatos e ver o Goucha a beber uma Carlsberg.
Zé: «Ouve lá. A que horas é o voo?»
Maria: «Pela quarta vez, 10 e meia»
Zé: «Apetece-me um cigarrito. Achas que se pode fumar aqui?»
Maria: «O que acho não importa meu animal, lê as placas»
Zé: «Deixo aqui o carrinho e vou para ali então, fumar um cigarrinho»
Maria: (a sussurrar) «A ver se te engasgas»
Zé: «Disseste alguma coisa?»
Maria: «Não, não...»
Passa um segurança e olha de longe para o carrinho abandonado.
Segurança #1: «Rainha Elizabete, aqui Princesa Ana. Temos um código 870»
Segurança #2: «Say again?»
Segurança #1: «Aqui Princesa Ana, temos uma bagagem perdida!»
Segurança #2: «Porque é que insistes em chamar-te princesa Ana. Já não chegam os rumores...»
Ouve-se um alarme no aeroporto.
Zé: «Estes ingleses são muito stressados»
Maria: «Levas o peluche para a tua sobrinha?»
Zé: «Nem me digas nada pá. A miúda tem duas semanas de vida e aqueles peluches só há aqui. Se não lho levasse...»
Maria: «Coitadinha dela»
Segurança #1: «Excuse me sir»
Zé: «Qué que tu queres pá? Os documentos?»
Segurança #1: «Please come with us sir»
Maria: «Ouve lá, onde está o teu saco?»
Ouve-se uma explosão ao longe. A policia inglesa detona o saco do português, explodindo com 4 camisas da feira de Carcavelos, meio quilo de pêssegos maduros e um peluche raro.
Zé: «O PELUCHHEEEE!!! NÂO!!!!»
*baseado numa true story. Sim, um português fechou o aeroporto de Berminghem por 3 horas, fez com que 15 aviões não levantassem voo, por ter abandonado a mala para ir fumar. A mala foi detonada, expondo o seu conteúdo: roupa, fruta... e um peluche. Os nomes são ficcionais, mas Zé Manel pareceu-me servir como uma luva ao português cromo.
Zé: «Ouve lá. A que horas é o voo?»
Maria: «Pela quarta vez, 10 e meia»
Zé: «Apetece-me um cigarrito. Achas que se pode fumar aqui?»
Maria: «O que acho não importa meu animal, lê as placas»
Zé: «Deixo aqui o carrinho e vou para ali então, fumar um cigarrinho»
Maria: (a sussurrar) «A ver se te engasgas»
Zé: «Disseste alguma coisa?»
Maria: «Não, não...»
Passa um segurança e olha de longe para o carrinho abandonado.
Segurança #1: «Rainha Elizabete, aqui Princesa Ana. Temos um código 870»
Segurança #2: «Say again?»
Segurança #1: «Aqui Princesa Ana, temos uma bagagem perdida!»
Segurança #2: «Porque é que insistes em chamar-te princesa Ana. Já não chegam os rumores...»
Ouve-se um alarme no aeroporto.
Zé: «Estes ingleses são muito stressados»
Maria: «Levas o peluche para a tua sobrinha?»
Zé: «Nem me digas nada pá. A miúda tem duas semanas de vida e aqueles peluches só há aqui. Se não lho levasse...»
Maria: «Coitadinha dela»
Segurança #1: «Excuse me sir»
Zé: «Qué que tu queres pá? Os documentos?»
Segurança #1: «Please come with us sir»
Maria: «Ouve lá, onde está o teu saco?»
Ouve-se uma explosão ao longe. A policia inglesa detona o saco do português, explodindo com 4 camisas da feira de Carcavelos, meio quilo de pêssegos maduros e um peluche raro.
Zé: «O PELUCHHEEEE!!! NÂO!!!!»
*baseado numa true story. Sim, um português fechou o aeroporto de Berminghem por 3 horas, fez com que 15 aviões não levantassem voo, por ter abandonado a mala para ir fumar. A mala foi detonada, expondo o seu conteúdo: roupa, fruta... e um peluche. Os nomes são ficcionais, mas Zé Manel pareceu-me servir como uma luva ao português cromo.
quarta-feira, maio 05, 2004
Abre os olhos para o teu sonho
Por detrás de ti há o mundo.
Dormes serena.
Por detrás de ti há todo o mundo de ilusões.
Um mar azul com vagas de ódio.
Mas tu dormes serena
Nada altera a paz do teu sono eterno.
Eu queria-te serena no olhar
Na paz proibida que é a tua nesta manhã das nossas vidas.
Há alturas em que sinto que dormes
Nos meus braços de granito.
Eu fico a olhar o horizonte de navios perdidos
Na paz intensa de te perder para o infinito.
Sem saber...
Sem saber que enquanto fechas os olhos
Mil civilizações desaparecem
Nos meus punhos cerrados
Que desesperam no desejo de ti.
Dorme em mim eternamente
Mas ouve o meu suplicio antigo:
«Abre os olhos no teu sonho de mim...»
«Abre os teus olhos, meu amor, sucumbe lentamente ao sonho de mim...»
«Abre os teus olhos para a luz dos meus...»
«Acorda, meu amor, para o teu sonho»
Dormes serena.
Por detrás de ti há todo o mundo de ilusões.
Um mar azul com vagas de ódio.
Mas tu dormes serena
Nada altera a paz do teu sono eterno.
Eu queria-te serena no olhar
Na paz proibida que é a tua nesta manhã das nossas vidas.
Há alturas em que sinto que dormes
Nos meus braços de granito.
Eu fico a olhar o horizonte de navios perdidos
Na paz intensa de te perder para o infinito.
Sem saber...
Sem saber que enquanto fechas os olhos
Mil civilizações desaparecem
Nos meus punhos cerrados
Que desesperam no desejo de ti.
Dorme em mim eternamente
Mas ouve o meu suplicio antigo:
«Abre os olhos no teu sonho de mim...»
«Abre os teus olhos, meu amor, sucumbe lentamente ao sonho de mim...»
«Abre os teus olhos para a luz dos meus...»
«Acorda, meu amor, para o teu sonho»
terça-feira, maio 04, 2004
Neste momento, sinto-me bem com os pés na terra
segunda-feira, maio 03, 2004
Decidiste, Peter Pan?
Alguns de vocês conhecem a Lane.
Talvez não faça sentido que vos fale dela, da importância que ela tem para mim neste momento. No entanto, visto que o que eu escrevo aqui é aquilo que me ocupa, me preocupa, me encanta, me deslumbra, faz todo o sentido para mim falar da Lane, agora.
Alguns de vocês pensam conhecer a Lane.
Eu conheço um pouco a Lane e a menina por detrás da cortina. Um bocadinho, só um bocadinho. Fui atraido a ela pelo que ela não se revelava ser aos que a pensavam conhecer. Hoje em dia penso da mesma maneira do que pensava no inicio, mas sei que a conheço melhor. Sei que cada vez a quero conhecer melhor. Sei que é uma oportunidade que o destino providencia para me fazer crescer e para eu a fazer crescer a ela também.
Bem vistas as coisas, quando duas pessoas se encontram é para que cuidem uma da outra, da melhor maneira que sabem. Não sei de que maneira pôr as coisas senão nestes termos. Quando penso nela, penso que quero cuidar dela, da melhor maneira que posso, ás vezes na minha fraqueza, outras na minha inesperada lucidez. Sei-me fraco, mas sei-me decidido. Sei que ela também quer cuidar de mim, o melhor que sabe, na sua fraqueza, na sua inesperada lucidez.
Já fui impiedoso para com ela. Já fui terno para com ela.
Ela já foi impiedosa para comigo. Ela já foi terna para comigo.
O Peter Pan decidiu-se a crescer.
O Peter Pan tem medo de crescer...
Tem medo do que há para além da floresta onde voa livremente. O que há para além da floresta, por muito que seja pacifico, maravilhoso, não é a sua floresta.
Por isso o Peter Pan é ainda uma criança perdida, uma criança perdida a crescer, que precisa que cuidem dele, que sejam impiedosos para com ele.
O amor. O amor mais alto, que á o amor de uma mãe a um filho, é um amor que mostra sempre estes dois lados: o cuidar e o ensinar, a ternura e a punição. Não há querer sem vontade de fazer crescer, pelo menos não um querer que seja na mesma sincero e completo.
Eu quero que ela saiba que tenho orgulho que seja ela a guiar-me fora da floresta. Que apesar da sua falta de piedade, eu sei que isso é uma demonstração vívida de algo que nem todos podem compreender.
O que vais fazer com o teu Peter Pan quando ele quiser ainda voar?
O teu Peter Pan sofre com os pés presos na terra, sofre por ti e quer sofrer por ti.
Fá-lo esquecer a dor no teu regaço quente. Ensina-o a verdade do que há fora da floresta, de como é bonito tudo o resto, mais bonito que a sua prisão sem idade lá em cima nas nuvens, no pais onde nunca se envelhece, na terra em que não há o amor.
Talvez não faça sentido que vos fale dela, da importância que ela tem para mim neste momento. No entanto, visto que o que eu escrevo aqui é aquilo que me ocupa, me preocupa, me encanta, me deslumbra, faz todo o sentido para mim falar da Lane, agora.
Alguns de vocês pensam conhecer a Lane.
Eu conheço um pouco a Lane e a menina por detrás da cortina. Um bocadinho, só um bocadinho. Fui atraido a ela pelo que ela não se revelava ser aos que a pensavam conhecer. Hoje em dia penso da mesma maneira do que pensava no inicio, mas sei que a conheço melhor. Sei que cada vez a quero conhecer melhor. Sei que é uma oportunidade que o destino providencia para me fazer crescer e para eu a fazer crescer a ela também.
Bem vistas as coisas, quando duas pessoas se encontram é para que cuidem uma da outra, da melhor maneira que sabem. Não sei de que maneira pôr as coisas senão nestes termos. Quando penso nela, penso que quero cuidar dela, da melhor maneira que posso, ás vezes na minha fraqueza, outras na minha inesperada lucidez. Sei-me fraco, mas sei-me decidido. Sei que ela também quer cuidar de mim, o melhor que sabe, na sua fraqueza, na sua inesperada lucidez.
Já fui impiedoso para com ela. Já fui terno para com ela.
Ela já foi impiedosa para comigo. Ela já foi terna para comigo.
O Peter Pan decidiu-se a crescer.
O Peter Pan tem medo de crescer...
Tem medo do que há para além da floresta onde voa livremente. O que há para além da floresta, por muito que seja pacifico, maravilhoso, não é a sua floresta.
Por isso o Peter Pan é ainda uma criança perdida, uma criança perdida a crescer, que precisa que cuidem dele, que sejam impiedosos para com ele.
O amor. O amor mais alto, que á o amor de uma mãe a um filho, é um amor que mostra sempre estes dois lados: o cuidar e o ensinar, a ternura e a punição. Não há querer sem vontade de fazer crescer, pelo menos não um querer que seja na mesma sincero e completo.
Eu quero que ela saiba que tenho orgulho que seja ela a guiar-me fora da floresta. Que apesar da sua falta de piedade, eu sei que isso é uma demonstração vívida de algo que nem todos podem compreender.
O que vais fazer com o teu Peter Pan quando ele quiser ainda voar?
O teu Peter Pan sofre com os pés presos na terra, sofre por ti e quer sofrer por ti.
Fá-lo esquecer a dor no teu regaço quente. Ensina-o a verdade do que há fora da floresta, de como é bonito tudo o resto, mais bonito que a sua prisão sem idade lá em cima nas nuvens, no pais onde nunca se envelhece, na terra em que não há o amor.
sábado, maio 01, 2004
Quando eu for grande quero ser...
Eu vejo-me, depois de reformado, vestido de preto, com uma capa - tipo a figura da morte - à porta das Igrejas nos dias de casamento a dizer de longe, aos gritos, dirigindo-me à noiva recém-casada: «VEJO COISAS NEGRAS NO TEU DESTINO!!!»