quinta-feira, março 31, 2005

Os maus exemplos vêm de cima

Dizem-nos para poupar energia.

Mas o Estado deixa as luzes acesas na rua toda a noite!

terça-feira, março 29, 2005

White trash

Quando eu era mais miúdo ia brincar às guerras para um terreno ao pé da minha casa. Numas pedras grandes, eu e os meus amigos fingiamos estar a ponte de uma nave espacial e também faziamos jogos de baseball, andávamos a cortar cplantas com caules grossos ou a apanhar formigas de asas.

Há uns dias o meu pai disse-me que encontrou um puto que brincava comigo e que agora é um bêbado que passa os dias no café. Já no outro dia ele tinha falado de outro puto, que se tornou um drogado.

A senhora que ainda está na minha escola primária, quando me viu pela última vez, há coisa de uns meses, dizia: "eu sabia que ele ia ser alguém".

Lamento decepcioná-la, mas entre ser drogado, bêbado e ter um curso de direito, não há grande diferença lol

segunda-feira, março 28, 2005

Era giro

Se a Diana aparecesse no casamento do Charles com a Camilla, zombie.

Os segredos dentro da cozinha

Costuma dizer-se que mais vale não sabermos como a nossa comida é preparada, quando vamos comer fora. Podem estar a acontecer todo o tipo de coisas na cozinha - o chefe pode estar a coçar-se com as batatas, pode estar a usar os vegetais para limpar o nariz ou as cenouras bebé para limpar as orelhas.

Seja como for, quando a comida chega, ninguém pensa nisso.

É a mesma coisa na maioria das empresas.
Nós partimos do princípio que as pessoas que tratam dos nossos seguros, contas bancárias, requerimentos camarários, registos de propriedade, etc, são pessoas sérias e bem formadas.

Mas não pode ser mais ao contrário.
Eu sei porque eu, sim eu, já tomei conta de seguros de outras pessoas, já emiti facturas e lidei com dinheiro. E já vi as pessoas que lidam com os nossos seguros, com as nossas contas bancárias.

Por isso tenham medo. Muito medo.

sábado, março 26, 2005

Guero Mais



quinta-feira, março 24, 2005

Uma imagem que me define



Pus hoje como imagem do meu profile.

Acho que é a melhor imagem que já vi para me definir:
um gato-assustado-engraçado-paranóico-indeciso-colorido

Cínicos de Serviço (devia ter saído na Bola, mas como eles não fizeram...)


quarta-feira, março 23, 2005

Adivinha lírica

Como chamavam ao Plácido Domingos quando ele andava na primária, porque ele era muito gordo?

Era o Flácido Domingos.

Vendo códigos de alarme e passwords para empresa onde eu trabalho

- Preço razoável -

~ negociável ~ ~ aceitam-se trocas ~
- oferta de cópia de chaves principais -

terça-feira, março 22, 2005

Working for the Man

«Nuno, quando fizer impressões, é sempre em preto e branco e no modo rascunho»

«Sim chefe»

(10 minutos mais tarde)

«Os faxes é para imprimir em modo rascunho»

«Sim chefe, não sou surdo»

«O quê?»

«Nada chefe»

«Qual é a sua opinião sobre os movimentos migratórios para o litoral desde a revolução industrial no séc. XX?»

«Modo rascunho»

«Sim chefe»

segunda-feira, março 21, 2005

Está a chover

Está a chover e o gato do apartamento em frente ao escritório - que vive cruelmente numa varanda - refugiou-se na sua casa de plástico, com frio.

sábado, março 19, 2005

O caso de abandono infantil de Andy Pandy



Chama-se Andy Pandy.

Tem um programa infantil que passa na 2: por volta da hora de jantar.

O programa é divertido. Andy brinca com os seus amigos, numa aldeia de sonho.
Porém nem tudo é brincadeiras inocentes. As histórias emocionantes, em que Andy persegue um balão, ou larga um rolo de cordel, escondem uma trágica realidade.

Os amigos de Andy são todos estranhos.
Teddy é um urso de peluche, Obie é uma bola, Tiffo é um cão e Hissy Missy é uma cobra.
Andy tem uma namorada chamada Lobby Loo, que é uma boneca de trapos.

Ao ver o último episódio, em que Andy perseguia um rolo de cordel pela aldeia, eu pensava onde estariam os pais irresponsáveis deste pobre miúdo, abandonado à sua sorte com os seus amigos estranhos, sem comida nem satisfações.

As senhoras da Segurança Social não devem ver televisão, porque isto é uma vergonha.

sexta-feira, março 18, 2005

Dúvidas Existenciais

1. Onde é que fica a loja dos Móveis de Todo o Mundo?

2. A promoção do Paga Pouco - "Compre um par de sapatos por 2 euros, leve dois pares" é uma campanha de fidelização encoberta?

quinta-feira, março 17, 2005

Está sol lá fora

Solzinho bom.

Ninguém comenta ultimamente.

Será que os posts andam demasiado intimidantes?

Sabe bem escrever mais um episódio da sitcom. (mesmo no escritório...)

quarta-feira, março 16, 2005

A vida, como a Volta a Portugal, é cíclica

(c) 2005 zero-infinito.blogspot.com

terça-feira, março 15, 2005

Einstein tira o transferidor da boca! Raio do miúdo!

Hoje o Einstein faria 126 anos.

Resta saber que grande contribuição este génio deu à humanidade em geral e a nós em particular. Não sabem qual foi?

É normal. Pois a maioria das pessoas não sabe que o Einstein inventou as cuecas tanga em 1951.

domingo, março 13, 2005

Cínicos de Serviço


quarta-feira, março 09, 2005

Viagem ao interior daquela mansão abandonada



Todos os dias eu entro no escuro, sinto as teias de aranha na cara e procuro com a mesma mão o interruptor que sei não tem corrente, para tropeçar no mesmo tapete Persa corroído pelo tempo, no mesmo candeeiro art deco que dança sobre si mesmo recusando-se a cair.
Sinto um horror indescritivel por não haver vida ali.
Prefiro ir de noite, quando está frio. De noite, a sensação é plena, asfixiante, mal consigo dar um passo sem pensar no medo do seguinte.
Antes de subir, passo pela grande sala de jantar. Olho cada lugar ainda posto, com a cerâmica partida e o cristal fechado opaco no cinzento do pó, os armários invisiveis contra a parede e ao fundo uma porta que não se consegue abrir.
Sinto o silêncio e a minha própria respiração. Olho pela janela para o jardim sacudido pelo vento. O lago artificial dominado pela natureza, abandonado á sorte dos selvagens.
Subo então a grande escadaria. A cada passo o meu coração acelera. Sei o que vou encontrar, mas cada vez é a primeira, é sempre assim.
Segundo quarto.
Descendo o corredor.
A porta resiste e abre-se devagar, como se rasgasse. Eu tremo de antecipação e medo, com os olhos a doer.
Na cama está o cadáver dela, imóvel, solene, vestido de branco com um lirio nas mãos juntas.
A chorar de terror eu aproximo-me.
Como se me levassem pelo braço. Eu sinto o braço que aperta o meu, que é mais poderoso e me faz andar contra a minha vontade. Aperta-me o coração, aperta-me a respiração.
Sentindo as lágrimas pesadas eu beijo-lhe os lábios frios levemente.
Tenho vontade de gritar em pânico, enquanto olho para a árvore alta que bate com os ramos rebeldes contra a janela do quarto.
Há um cheiro intenso a morte e eu quero sair.
Mas tenho de passar aqui a noite.
Caminho ao longo da grande cama de dossel e deito-me ao lado dela, com cuidado, sem conseguir pensar.
Fecho os olhos e fico imóvel.
Até que nasça a manhã seguinte e tudo tenha sido o mesmo pesadelo.


15 segundos na vida de um peixinho de aquário

"La la la, estou a nadar, neste aquário"
"A nadar à volta da roda, das plantas, das pedras"
"Mas não se pode ir a lado nenhum! ESTOU PRESO! PRESO! PRESO!!!"

"La la la, estou a nadar, neste aquário"
"A nadar à volta da roda, das plantas, das pedras"
"Mas não se pode ir a lado nenhum! ESTOU PRESO! PRESO! PRESO!!!"

"La la la, estou a nadar, neste aquário"
"A nadar à volta da roda, das plantas, das pedras"
"Mas não se pode ir a lado nenhum! ESTOU PRESO! PRESO! PRESO!!!"

terça-feira, março 08, 2005

O Chamamento



Um rasgo laranja na noite. Casacos abandonados. Cheiro a metal. Ele estava entre eles, sem que eles o soubessem. Era agora o tempo da descoberta e da insanidade. Engraçado que as paredes se aproximassem quando ele inalava. Depois perdeu-se no campo de forças da sua mente em febre. O delirio tomou-lhe conta das mãos que tremiam com a agulha. Mas ele não precisava de fechar o negócio. As sombras floresciam do chão insidioso. Elas deviam ter avisado antes de se tornar enormes, como O Chamamento. Não importa agora. Tenho de ir, mas não me consigo levantar. Azul da lua. Sem demoras. Sombras azuis. Não existimos mais assim. As paredes. Respirar. Quando respiramos. Quando as paredes se fazem. O Chamamento. Dias sem nascer. Manhãs que hesitam. Planetas parados na órbita. Sémen que morre. Vieste por aqui, mas nunca regressarás igual. É o que gostam de pensar aqueles que sucumbem pela sua ambição. Quando nenhuma ambição é verdadeira. Há apenas o avião despenhado no horizonte, os braços que se afogam no lago frio. Aperta-o junto a ti e leva-o daqui, para longe, para o mais longe que puderes. Só porque achas que é real, não quer dizer que o seja. Faz-te floresta em sonho ao menos uma vez. Sê nobre no teu esquecimento, como uma sirene de nevoeiro. Como a torre horrivel do aeroporto que não pára de girar, porque todos dependem dela. Mas ela sente intimamente como é sofrer pelos outros. Quando vai ela ter tempo para chorar quieta e silenciosa? Por agora, O Chamamento.



quinta-feira, março 03, 2005

Dá que pensar

Há uns dias passou uma reportagem na TVI sobre dois hackers.

Um deles chamava-se BuzzyBee.
Gabava-se de comprar o que quisesse online, com cartões de crédito alheios.
Tinha relógios fixes, telemóveis topo de gama e dinheiro para gastar, com o que vendia.

Hoje, por curiosidade, fui pesquisar pelo nome BuzzyBee.
Apareceu este link - anterior à reportagem - e que diz basicamente que o BuzzyBee se arrependeu das suas acções criminosas, porque encontrou o amor. Viu que o mundo online que habitava se tornara a sua prisão, que não tinha amigos, nem nada de concreto a que se agarrar.

Provavelmente a solidão matou o hacker.
E ainda bem.

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