sábado, dezembro 31, 2005

Poema de Fim-de-Ano

A passagem de ano é o dia
em que todos comemoramos
a pura elegria
de como para outro ano passamos.

É um bocado como o Natal,
mas se pensares no sentido
de bater com tachos no quintal
não faz é nenhum sentido.

Ouve lá, é só outro ano ó anormal,
até parece que é grande ocasião.
A gente enfarda no Natal,
os outros passam fome no Ramadão...

Espera, há quem se embebede no Natal,
não é só comer
tens razão ó anormal
eu é que não estava bem a ver.

Mas isto do ano novo,
não penses que me esqueci disso.
Não percebo o porquê de tanto povo
a beber raposeira, vendo fogo de artifiço.

É só outro ano ó cabeças no ar.
Um ano mais perto da cova.
E se tiras fotos ao fogo, vão-te roubar
e depois dão-te uma sova.

Deixam-te na calçada a sangrar
e vais chamar por ajuda precisa
mas com tanta gente a gritar
ainda há alguém que te pisa.

Depois passas o 2006 na Ortopedia
se não apanhares uma infecção
porque aquilo no Santa Maria
andam os leprosos a esfregar-se no chão.

Eh pá, depois quando andares a coxear
não digas que ninguém te avisou
de não andares praí a gritar
só porque mais um ano se passou.

É só um ano ó palhaço!
se precisasses de desculpa para beber,
não andavas todas as sextas no café do Sôr Colaço,
não penses que o people todo não tá a saber.

Sais de lá com a Madalena na Famel
ainda com uma sagres na mão
e a mota faz três oitos na esquina do hotel
antes de virares a esquina e bateres no vidrão.

Deixa é isso tudo, a bebida ainda te vai matar
arranja um emprego na Leyland
e leva a Madalena ao altar
antes que se comece a notar a barriga grande.

Ah e não te esqueças, quietinho em casa a cozinhar,
quando ouvires que é meia-noite deste ano
larga um educado: «Já não era sem tardar»
e vê na SIC se é finalmente desta que há um programa bom do Hermano.

FELIZ 2006!!!

quinta-feira, dezembro 29, 2005

The Whores Hustle And The Hustlers Whore

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Uma notícia com um fim terrível

Infelizmente tenho de dar a triste notícia, que ninguém queria ouvir.

O grupo de seis escuteiros, que se perdeu terça à noite, na Serra da Estrela, foi encontrado.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Trabalhar inclinado faz mal





Estimados clientes.
Devido A queixas Feitas Pelos Inclinos De Cima Tive
que fechar o talho temporariamente.

As Maiores Desculpas

A Gerência (assinatura)


ps: será que o homem andava a matar os animais dentro do talho...? Ou grandes raves de chouriço e empadão às 4 da manhã...?


sábado, dezembro 24, 2005

Merry Christmas

Aqui ficam umas imagens marcantes da quadra:



O Papa Benedito XVI, claramente embriagado, veste-se de Pai Natal.



Esta faz-me lembrar quando os meus pais me empurravam para ir ver o Pai Natal.

(«Não me façam ir ter com aquele homem esquisito, vestido como um vagabundo!»)


Mãe, o Pai Natal está a ser julgado?

Passaram 2 anos desde que Saddam foi apanhado.
Embora não existam estudos sobre os efeitos psicológicos da captura do "Pai Natal dos pobrezinhos" sobre as pobres criancinhas indefesas, o Zero orgulha-se de estar em cima do acontecimento, como em 2003.

Vamos então acompanhar a sessão de Jornal Nacional, mas agora em 2005.

Rebento: «Quem é aquele senhor que está a apresentar o Telejornal?»
Papá: «Já descascaste as batatas para pôr no forno Tomé?»
Rebento: «Sim papá, doem-me os dedos...»
Mamã: «Olha quem não morre de reumatismo é o teu pai».
Papá: «Queres que eu morra é?»
Mamã: «Eu não, cheirar mal por cheirar mal, mais vale trazeres algum para casa».
Papá: «Cobra».
Rebento: «Papá! E o senhor!»
Papá: «Aquele senhor é o Pedro Pinto. Agora a Manuela Moura Guedes reformou-se».
Rebento: «Teve uma depressão por causa do marido?»
Papá: (admirado) «Onde ouviste isso?»
Mamã: «Devo ser eu que falo a dormir...»
Papá: «Engraçadinha. Olha, olha é o Saddam...»
Mamã: «Hey, lembram-se há dois anos, estavamos todos aqui e...»
Papá: «Cala-te, olha ele a falar. Parece mesmo um filme isto pá».
Rebento: «O Pai Natal está a ser julgado...?»
Papá: «Tu ainda hás-de andar na Faculdade e nós com esta conversa. Porra...».
Mamã: «Não fales assim com o MEU filho!»
Papá: «Só temos mesmo a certeza que ele é teu».
Rebento: «Mãe, o pai está a insinuar que tu és promíscua?»
Mamã: «Tomé, acabaste de ganhar duas semanas de ires pôr o lixo à rua ás 2 da manhã»
Rebento: «Mas mamã, a essa hora o Gang das Tesouras anda no bairro...»
Papá: «Pensasses isso antes de ofender a tua mãe, realmente...».
Mamã: «A propósito de mãe, a tua vem cá este ano não é?»
Papá: «Hum... Tomé, quando ouvires tocar à porta ficas muito caladinho, ok?»
Rebento: «Depende».
Papá: «Depende de quê?»
Rebento: «Praí de 50».
Papá: «Vês o extorcionista que o TEU filho é!?»
Mamã: «Chupa-mos».
Rebento: «Papá, o Pai Natal é desta que vai para a cadeira eléctrica?»
Papá: «Eles não têm energia no Iraque filho».
Mamã: «É como cá em casa, temos de recorrer a geradores alternativos...»
Papá: «O que é que isso quer dizer?»
Rebento: «Acho que a mãe quer dizer que tem um vib...»
Mamã: «Cala-te Tomé, toma anda, toma 50 e vai pôr no porquinho».
Rebento: (dá o dinheiro ao pai) «Toma Pai».
Mamã: «No outro porquinho...».
Papá: «Nós deviamos ver se ele joga bem futebol, tapadinho como ele é...»
Mamã: «O meu filho não vai ser jogador de futebol, vai ser dentista!»
Papá: «Devias era querer que ele fosse estudar com o Talón».
Mamã: «Vou tentar ignorar esse comentário, quando fizer hoje o jantar com o veneno dos ratos facilmente acessivel na gaveta do fundo».
Rebento: «Já pus. Olha o Pai Natal está a rezar virado para Meca...»
Papá: «Hum...»
Rebento: «Papá, o Pai Natal é judeu?»
Mamã: «Os judeus não rezam virados para Meca. Isso são os Indianos, burro do miúdo»
Papá: «Ouve a tua mãe e não abras a boca sempre que te ocorre uma estupidez pá».
Rebento: «Ok. Ah, é verdade, aquela senhora telefonou hoje a perguntar se o papá podia livrar-se das algemas e ir ao bar para curtirem um bocado».

(silêncio)

Papá: «Er... telemarketing, deve ser engano isso».
Mamã: «É engano é. Engano de me ter casado contigo e te aturar!»
Rebento: «Papá, a mamã quer um divórcio litigioso?»
Papá: «Não me admirava nada».

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Maravilhoso fã, maravilhoso!



Para comemorar os 40 anos da sua carreira (a n.º 102 Algés - Queluz de Baixo), Marco Paulo lançou um concurso extraordinário, a nível mundial, para que um seu fã possa passar um dia com ele, de manhã à noite.

Por todo Portugal, Europa e bairros sociais de Paris e Nova Jersey correu rapidamente a notícia desta oportunidade de uma vida. As pessoas queriam saber como se fazia para concorrer, perguntavam umas às outras, iam às padarias à procura do cupão, compravam a Maria International Edition à procura do destacável, mas nada...

Vai-se a saber, Marco tinha tido a ideia de promover o concurso na base da lealdade. O fã tinha de lhe enviar uma prova definitiva da sua fãnlidade, do seu fãnatismo, preferencialmente uma foto de corpo inteiro em speedo, mas também servia outro tipo de provas.

O Marco Paulo era de certo modo como o Pai Natal.
Embora ele tivesse posto a morada no anúncio do Correio da Manhá: "Marco Paulo. Rua Marco Paulo. Vivenda Marco Paulo. Ranholas", não era mesmo preciso. Um porta voz dos correios, o Eng. Quimico Paulo Geada viria a dizer que a maior parte da correspondência, uns brutais 45 milhões de cartas e envelopes, vinha simplesmente com a morada: "Marco Paulo, Ranholas". Eles sabiam que era o Marco Paulo que vivia na Vivenda Marco Paulo. Segundo palavras do Eng. Geada "O outro Marco Paulo que vive em Ranholas trabalha na EDP e não havia razão para ele receber tanto correio".

Marco Paulo escolheu uma candidatura de um senhor do Cacém, chamado Oliveira de Azeméis. O Sr Oliveira, de 42 anos de idade, era reformado da PSP e tinha enviado uma foto todo nú só com o chapéu de feltro petro na cabeça e um cacetete na mão direita.

Ficam alguns momentos do dia do Sr. Oliveira na propriedade de Marco Paulo.

10h da manhã, o Sr. Oliveira chega na sua 4L branca de 1981.

Marco Paulo: «Bem vindo! Bem vindo!»
Oliveira: «Sô Marco pá, ena... está de cuecas...»
MP: «Recebo assim os meus fãs!»
Oliveira: «Não havia de se incomodar Sô Marco».
MP: «Chama-me João, é o meu nome»
Oliveira: «Hum?»
MP: «João. O meu nome verdadeiro é João Simão Silva!»
Oliveira: «João Simão? Ai... então não é Marco Paulo?»
MP: «Isso é o meu nome artistico!»
Oliveira: «Sinto-me estranhamente ludibriado e como se tivesse perdido parte da minha vida no culto iconoclástico de uma ilusão».
MP: «Vai um copinho de licor Beirão?»
Oliveira: «Ora isso agora é que tapava mesmo aqui o buraco!»
MP: «Ai filho, se é tapar o buraco que queres, anda comigo!»

(riem-se os dois)

14h. Depois do fausto almoço de Cozido à Portuguesa, visitam a propriedade.

MP: «Aqui é a estátua de Nossa Senhora, é uma cópia da original»
Oliveira: «Hum... ouça lá você é mesmo religioso?»
MP: «Chama-me João Simão»
Oliveira: «Não consigo pá, João Simão, parece nome de mineiro pá».
MP: «Eu sou mesmo religioso, foi depois de aquele acidente de saúde»
Oliveira: «Ah pois é. Isso já está melhor?»
MP: «Já, mas podias dar um beijinho para passar ainda mais...»
Oliveira: «Deixe estar...»

21h. Sentam-se os dois a rever os discos de oiro do artista.

MP: «Este foi com os Dois Amores. Aquele com o Maravilhoso Coração...»
Oliveira: «Ouça lá, com tanto ouro espalhado pela casa, não tem medo que entre aqui um homem qualquer...?»
MP: «Ai filho, quem me dera!»

23h35. João Sim... er... Marco Paulo acompanha Oliveira à caminha para a noite de repouso.

MP: (à porta) «Os lencóis são de seda filho, não vais ter frio»
Oliveira: «Tá bem. Então até amanhã»
MP: «Não queres que te aconchegue?»
Oliveira: «Não, não, deixe estar Marco»
MP: «João Simão».
Oliveira: «Ou isso».

(passam 10 minutos. Marco entra no quarto às escuras»

Oliveira: (acendendo a luz): «O que foi???»
MP: «Ai! Enganei-me no quarto. Desculpa lá. Boa noite!»
Oliveira: «Não faz mal, boa noite».

(passam 30 minutos. Marco entra no quarto e deita-se ao lado de Oliveira, que ressona)

Oliveira: (mexendo em Marco Paulo) «Que... raio... AHHHHHH!!!!»
MP: «Ai filho! Que pés frios!»
Oliveira: (saltando da cama) «O que está a fazer na minha cama?!?!?»
MP: «Estava só a ver se estavas quentinho. Ai melher, não sejas assim».
Oliveira: «Saia daqui, seu, seu...»
MP: «Ai... então não me mandaste a foto toda sexy e agora é só negas?»
Oliveira: «Foto toda sexy? Eu enviei uma collage de fotos do Marco Paulo...»
MP: (vai buscar a foto e mostra-a) «Então e isto?»
Oliveira: «Porra do puto, deve ter enviado isso em vez da montage. Quando eu o apanhar...».

(seguiram-se uns minutos de silêncio e mau estar)

terça-feira, dezembro 13, 2005

You know what...?

You may tire of me as our december sun is setting
'Cause I'm not who I used to be


terça-feira, dezembro 06, 2005

STOP - A Um Cadáver Beira de Estrada - STOP -




Não te conheci.
Corpo coberto de plástico.
Frio sem sexo, sem identidade.

Jazes morto incorrupto.
Choram-te morto insane.
A tua familia sem o saber.
Soube-o eu antes deles.

~ Jaz morto atropelado ~ SIM!

º Jaz tranquilo seco e frio *

JAZ JAZ JAZ
MORTO MORTO
JAZ JAZ JAZ
MORTO MORTO
SEM O SABER
JAZ JAZ JAZ

Os meus pêsames, morreu vergonhosamente.
Ia de fato atravessando passadeiras do ser.
Rapaz louro de outra altura,
olhava o horizonte,
ardia a aldeia na guerra.

Os meus pêsames, morreu de cansaço.
Corria sem olhar para os dois lados.

Sucumbiu ~ eléctrico ~ ao choque do coração alado.

JAZ MORTO
OLHA ALI!
JAZ MORTO
OLHA ALI!

Pobre cadáver-beira-de-estrada-constelação.

Lembrei-me de ti, cinco minutos de horror branco.
Ia eu para o comboio com medo de estarmos ainda vivos.

-

Ò Cadáver Beira de Estrada!
Perdoa-nos a insensibilidade de paragem de autocarro,
estás tu ai esticado sem respirar!

Ò Cadáver Beira de Estrada!
Ninguém quer saber como tudo aconteceu,
mas eu queria saber como tudo aconteceu!

Tragédia antes do pequeno-almoço. Impensável.

Não ias tu para o emprego. Não estavas tu a morrer lentamente, como vivias?
Porque foste agora-relâmpago,
cessar tudo,
acabar assim?

sábado, dezembro 03, 2005

CloudTree



20h, 2 de Dezembro, Belém, deitado no chão de relva

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