sexta-feira, julho 07, 2006

Operação Férias

O Agente Madureira vigilante à procura de perpretadores

Com o inicio do Verão milhares de portugueses abandonam as suas casas. E isto é tirando aqueles que têm mesmo de sair porque já não conseguem pagar as prestações ao banco por causa da subida das taxas de juro.

Durante as férias a PSP organiza um programa de protecção às habitações, a que chama originalmente "Operação Férias". A policia nunca foi muito conhecida pela sua criatividade.

Falámos com um dos agentes no campo, junto a um conjunto de moradias, durante uma das rondas.

Zero-INFINITO: «Sôr agente boa tarde».
Agente Madureira: «Boa tarde, os seus documentos?»
Z: «Os meus... mas era para a entrevista, falámos há coisa de 10 minutos lembra-se?»
M: «Sim, mostre lá. Nunca se sabe. Temos de estar sempre atentos»

Madureira analise o BI e compara a foto de longe.

M: «Tem um penteado diferente».
Z: «É capaz».
M: «Tá bem. Sabe que isto hoje em dia... as pessoas mudam de cara na televisão, nunca se sabe».
Z: «Olhe lá. Então e está a correr bem isto da Operação Férias?»
M: «Está. As casas lá estão e a gente passa por elas e tal».
Z: «Ainda não apanharam ninguém a roubar uma casa?»
M: «Não senhor, nenhum perpretador ainda. Mas estamos vigilantes».
Z: «Nenhum quê?»
M: «Perpretador».
Z. «Perpetrador».
M: «Prepadotor».
Z: «Assaltante».
M: «Não, nenhum desses».

Entretanto chega um carro com vidros escuros que para à frente de uma moradia grande. Sai um homem com máscara de ski que se dirige ao portão e tenta abri-lo.

M: «Ó amigo! Ó!»
Pepretra... Assaltante: «Er... olá. Então Sõ agente tudo bem?»
M: «Ouça lá. O senhor o que está a fazer?»
A: «Ora... estou, estou a entrar em casa. Na minha casa».
M: «Então o senhor é o senhor...»
A: «O senhor...»

O assaltante olha de lado para a placa na moradia.

A: «Senhor O Nosso Ninho...?»
M: «O nosso ninho?»
A: «Não isso não. Sou o senhor...»
M: «Pinto?»
A: «Senhor Pinto, é isso. Sou o senhor Pinto».
M: «Muito bem. Confere. Mas já está de volta das férias?»
A: «Foi. A esposa sentiu-se mal».
M: «Ah... e está com uma máscara na cara porquê?»
A: «Er... foi... fomos à neve e olhe, esqueci-me de a tirar, com a pressa».
M: «Mas não ia ao Tahiti?»
A: «Iamos VER as Tahiti, iamos ver. Mas elas cancelaram. Por isso viemos mais cedo».
M: «Então não era por caua da esposa...?»
A: «Er... foi, quer dizer.... ela sentiu-se mal por elas terem cancelado. Foi isso».
M: «Muito bem, pode seguir».

O assaltante abre o portão e corre para dentro de casa.

Z: «Sôr agente, longe de mim questioná-lo, mas não lhe parece um assaltante?»
M: (a rir-se) «Meu amigo. Tenho 23 anos de PSP. Conheço-os à distãncia».
Z: «Deve ver mal ao perto é o que é...»
M: «Hum?»
Z: «Nada. Olhe, o vizinho está a carregar o plasma para o carro, devia ir ajudá-lo»
M: «Pois. Olhe fica por aqui a entrevista. Tenho de ajudar o homem».
Z: «Vá, vá. Também quem tem uma vivenda chamada "O Nosso Ninho" merece ser roubado».

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