terça-feira, novembro 15, 2005
Raio de Sol - O Pequeno Pónei viciado em Crack
Raio de Sol era um pequeno pónei como os outros. Era cor-de-rosa e gostava de andar na floresta, a comer frutas silvestres, a beber água dos ribeiros cristalinos e a ouvir o doce cantar dos pássaros mágicos, alto nos ramos dos ulmeiros.
Mas o problema com os pequenos póneis era que acreditavam em tudo.
Um dia um gajo entrou na floresta e chegou-se ao pé de Raio de Sol.
Gajo: «Olha um cavalo...»
Raio: «Pónei!»
Gajo: «Whatever man... queres cavalo...?»
Raio: «Hum?»
Gajo: «Se queres cavalo a sério, ó Ponei maricas!?»
Raio de Sol, por 4 segundos entrou no inebriante mundo da sua imaginação infantil. Ele, com o poder mágico de um cavalo a sério... Era, na realidade, o seu sonho de criança. Estava farto de ser um pónei e nunca ser um cavalo mesmo à séria, e agora era a sua oportunidade. Ele... um Cavalo!!!
Gajo: «Então pá. Cavalo ou cavo?»
Raio: «Com mil estrelas e coriscos! Dá-me o Poder Mágico do Cavalo!»
Gajo: «Toma lá!»
Raio de Sol acendeu o Poder Mágico do Cavalo e inspirou profundamente.
Lentamente, dentro de si, sentiu as estrelas das cores do arco iris reunirem-se e sabia que alguma coisa de mágico ia acontecer dentro em pouco. Mal podia esperar!
Passados dois dias, Raio de Sol acordou com umas olheiras de todo o tamanho e a barba por fazer fazia-lhe comichão. Mas afinal, após mais pormenorizada inspecção, viu que o que lhe fazia comichão não era a barba mas uma cicatriz no sitio dos rins. Estranhou, mas não pensou mais nisso... Era um Cavalo e tinha de ir contar aos amigos.
Raio de Sol correu o mais que pode, um pouco coxo do lado direito e chegou à aldeia dos Pequenos Póneis, onde estavam Raio de Lua, Sorrisos e o preferido (e o mais maricas) de todos, o Pequeno Pónei Noiva.
Raio: «Amigos! Trago-vos boas novas Mágicas!»
Raio de Lua: «Eh lá... alguém se esqueceu de pentear a crina...»
Sorrisos (a sorrir): «E de lavar o pèlo para o deixar brilhante!»
Raio: «Hum?»
Noiva: «Ouçam lá... de certeza que é suposto eu casar?»
Raio: «Esqueçam isso tudo! Eu descobri na floresta, o Poder Mágico do Cavalo!»
Lua: «Raio de Sol, porque não vens fazer tranças connosco?»
Sorrisos (a sorrir): «Hoje vamos fazer tranças lilases e azuis».
Raio: «Não... Ouçam Póneis... o Poder... Cavalo...!»
Lua: «Temos laços amarelos para combinar com o nosso pêlo branquinho!»
Sorrisos (a sorrir): «Branquinho!»
Raio: «Calem-se seus cabr**s de póneis! Com as put** das tranças!»
(silêncio)
Raio: «Eu sou um Cavalo e têm de me obedecer!»
Lua: «Nós somos Pequenos Póneis, não cavalos».
Sorrisos (a sorrir): «Pequenos Póneis».
Raio: «Fecha essa matraca Sorrisos! E tu, Raio de Lua, pára de ser tão maricas que me estás a dar vontade de vomitar!»
Noiva: «Mas... iamos colher flores para o meu casamento...»
Raio: «Noiva, tu nunca vais casar pá. Isso é uma estratégia de Marketing da Asbro para preencher fantasias pré-adolescentes!»
A Noiva de repente sai a correr pela floresta, a gritar «Não! Não! Não!!!»
Lua: «Er... e agora?»
Raio: «Agora vais-me dar o que tens na carteira».
Lua: «Ah?! Nem penses. Ando a poupar diamantes encantados para visitar a minha irmã Nevoeiro da Manhã, na Cidade Nas Nuvens».
Raio: «Dá-me dinheiro! Eu preciso de mais Poder Mágico de Cavalo!!!»
A nossa bela história acaba com Raio de Sol perseguindo Raio de Lua pela cidade dos Pequenos Póneis. Eventualmente Raio de Sol mata Raio de Lua com uma caneta, roubando-lhe o dinheiro para ir comprar Crac... er... Poder Mágico de Cavalo ao gajo na floresta. No entanto, o gajo ia demorar-se um bocado para vender mais Poder Mágico a Raio de Sol, porque entretanto tinha encontrado a Noiva e... bem, resta dizer que ela não se iria casar de branco, pronto. É a vida. No mundo dos Pequenos Póneis.
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