quarta-feira, julho 06, 2005

Grande Ode à Floresta Azul



Roubaram-nos o futuro Ò Planicie Imensa de Nós!

Roubaram-nos os Ursos Amarelos.

Levaram em matilha os Lobos Violeta.

A noite
-------horrível
A noite

Ò Grande Floresta Azul!
Desdémona ruborizada,
cai-lhe o vestido
esconde os olhos
detrás do cabelo em madeixas

...
...
Deixa-me de mim agora
um dia há sossego sem pontos finais
um dia distante como é distante
a compreensão obtusa do sentido alvo
ao menos deixasses de ouvir
ao menos deixasses de querer
...
...

Viste as folhas de Outono mudar de cor quantas vezes?
Quantas, quantas, tantas.

Viste o Vermelho.
Na beira de lago parado no tempo.

---------->
<----------



névoa anil

haveria uma névoa anil naquele dia proibido
as pernas pequenas e cansadas de caminhar
assomaram-se retorcidas nos soluços imperiais
sem saber como sem saber porquê sem ter de saber
pernas cansadas pelo movimento perpétuo das
aranhas gigantes, sem teias, sem respirar sequer
porque tudo seria um grande medo por existir

(pisando folhas secas)

caminho de pétalas brancas
..........................assoprar...................................



pés no barro absurda lucidez que vem pela fome
Estamos Todos Deitados Sem Respeito Pelas Regras


; ; ; O Corço ; ; ;


Faminto.
........Faminto.
Sem bocas a alimentar no rebanho tresmalhado.
Insolação e cores por tacto e sons por cheiro.
Faminto.........
........Faminto.
Sabes lá tu com os teus sapatos reluzentes
a tua ambição que cega os olhos de quem passa
sabes lá tu da natureza e do destino
de como tudo rodopia sem nós vermos
de como tudo não é tudo mas apenas parte
de um tudo que não é tudo.
sabes lá..................

ele caminha.
ele está perdido.
ele é o Corço Sem Arreios Majestade.



Que olha de lado > < o o >
< o > o melro com frio no topo da árvore

ççç grande tangente amarela zzz
vinte machados afiados à espera
ççç grande tangente amarela zzz



Ó Grande Floresta sem cor Floresta Azul!

Faz-me casca e seiva
reduz-me cinza, seca

Caminhos sempre silenciosos,
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Caminhos sempre sem fim,
-----------------------
Caminhos sempre
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Rebentos



Sândalo na nascente de um rio,
enquanto a deusa segura o vaso
de cânhamo nas mãos salgadas das
lágrimas que caem dos seus olhos.

Lápis-lazuli no delírio de um louco.
Grandes correntes subterrâneas de mármore rosa.

Quem és tu e porque vieste aqui?

Não sabes que isto é proibido, uma ilusão dos sentidos rudimentares?



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