sábado, dezembro 18, 2004

Céu fundo do mar



O cansaço deitou-se na relva molhada,
num fim do dia qualquer,
costas na dor salgada da noite escura.

De repente os olhos fechavam-se.
Sem pensar abriam-se às estrelas.

O cansaço deitava-se ofegante na relva molhada,
numa noite escura qualquer,
perdido,
inocente,
sem querer.

No cimo,
a grande ave de metal sem ruído,
deslizando na recta entre as estrelas,
esguia no manto negro.

Meu deus...

Como uma grande baleia.
Uma grande,
enorme baleia...

E eu aqui,
deitado,
costas na relva molhada,
olhando para este céu,
fundo do mar.



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