domingo, junho 13, 2004

Ho Ligaí mesmo

Tarde de Ontem. O autocarro da Marcha da Ajuda abana alegramente ao som ritmado da Marcha "Vivás flores de Portugali". Uma senhora de 145 kg lidera as vozes, fazendo vibrar os plásticos e os assentos.

Marchante #1: «É meninos é cantar! É cantar!»
Marchante #2: «Ouve lá, mas Portugal perdeu, era suposto nós estarmos contentes?»
Marchante #3: «As marchas não é comó futebol pá. O S. António é de Lisboa, não é de Portugal!»
Marchante #1: «PORTUGALI!»
Marchante #3: «Desculpa, Portugali. Portugali!»
Marchantes (em coro dentro da caminete): «PORTUGALI! PORTUGALI!»

Nesta altura, por azar, passam no Rossio ao pé dos ingleses.

Condutor do autocarro: «Olha tanto bife!»
Marchante #2: «Bifes, adonde?»
Marchante #3: «Para o trolei, para irmos aos bifes!»
Marchante #1: «Tão a dar bifes! VAMOS TODOS!»

Saem todos o trolei... er... do autocarro a correr. Quando vêem que afinal os bifes são gajos branquinhos bêbados, dá-se a revolta generalizada.
D. Maria de Lurdes, 65 anos, atira uma garrafa vazia de uma mini (alguns dizem que foi uma med, mas acho que foi uma mini) à cabeça de um skinhead.

Skinhead #1: «Ai, Porra!»
Skinhead #2: «Estes portugueses são maluques! Holly Shit!»

Segue-se uma cena de carnificina total. As amigas da D. Lurdes mandam uma chuva de mines vazias, tipo setas naqueles filmes rascos da Joana D'Arc.

Os ingleses põem-se em fuga, instala-se o pânico.
Quando chega a RTP, a D. Lurdes põe uma mine na mão de um inglês desmaiado e acusa-o de vandalismo contra uma velhinha indefesa, fingindo ter uma quebra de tensão por causa do gás pimenta.
A sua filha grita que um bebé pequeno (sim, há bebés crescidos, não sejam assim!) está dentro do trolei em dificuldade, provavelmente porque não consegue descer sozinho.

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