domingo, fevereiro 15, 2004

Eternidade II

Levaste-me para tua casa e deixaste-me sozinho no teu quarto que dava para o mar. Era o último bom dia do ano, o último dia quente, sóbrio, dia próprio para os amantes. Eras doce em perfume e as minhas mãos sentiram-te deliciosa em volúpia, carnal em desejo. Na cama de seda, eramos os dois ondas destruidas contra a praia, na violência subtil dos teus beijos doces, da tua lingua provocante em amêndoa. Nunca consegui olhar-te de olhos fechados, tal era a forma como a tua face me fazia delirar em miragens convulsas, fotogramas de pelicula gasta em sépia, olhos em romance. No crepusculo, os teus dedos no meu cabelo como punhais limpos de sangue, antes ou depois da morte não interessa.

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