sábado, novembro 01, 2003

Finalmente... um UFO no meu quintal

Há imenso tempo que andava com vontade de ver um UFO. Não era preciso mesmo ver os gajos cinzentos ou verdes, era mesmo só ver o coiso no ar. Quando era puto, uma vez vi um, mas foi muito de relance e ainda hoje de vez em quando lá olho para o céu, na esperança de apanhar um distraido.

Ontem à noite, eram umas 2 da manhã, ouvi um barulho esquisito.
Fui ver ao quintal, e não é que estava um a pairar por cima do limoeiro?
«Porra...Está um a pairar em cima do limoeiro», pensei eu para mim próprio.
É daquelas coisas que muito se deseja e depois chega o momento e congelamos.

Mas não. Eu fui mesmo lá mais à frente, ancinho em riste - não fosse o caso de ter de haver traulitada com os aliens - e espreitei para dentro das janelas.

Sai um gajo baixo, de gabardine, tipo Colombo e convida-me a entrar.
Eu digo que não, que é tarde, tinha de ir dormir e tal... a fazer-me de difícil. Ele diz que não, que entre, que vinham de longe, não incomodava nada. E eu entro.
Começa a contar-me da vida dele, que a mulher não o larga e é só chupar-lhe o dinheiro. Eu peço-lhe para passar à frente, para a parte da queda do coiso em Roswell, das conspirações com o Truman, a área 51, o assassinato do Kennedy. Ele diz que não tem nada a ver com isso, que o Kennedy foram os do planeta em frente. Eu acredito.

Depois de trés Ice Teas cinzentos lá desembucha qualquer coisa de interessante.
Parece que o nosso planeta é tipo um cercado de caracóis para eles, e vêm de vez em quando buscar uns pitéus para comer. Chupam os ossos e tal e parece que é uma grande festa para os mais ricalhaços lá do sitio.
O curioso é que parece que os mais apetitosos são os mais saloios, por isso não pegam nos intelectuais (muito magrinhos e nunca se lavam), nem nos politicos (nunca se lavam e são demasiado gordos) nem nos da classe média (nunca se lavam e... nunca se lavam, chega).
«Mas e os saloios lavam-se?», pergunto eu.
Parece que os saloios, os chamados rednecks, não se lavam também, mas como se casam uns com os outros, irmãos com irmãos e sobrinhos com tios e coiso e tal, há um gene qualquer que elimina o sabor quando se come. «Tamos sempre a aprender», digo eu bebendo o resto do Ice Tea. «É melhor é o nosso rei pôr-se a pau!», digo eu a rir-me. Mas ele não apanhou a piada. «Típico», pensei eu, «Ninguém apanha as minhas piadas, nem no espaço...».

Lá me deixou então ir. Deu-me uma sonda anal de presente. Ainda a queria pôr, mas eu disse-lhe que não era preciso, que a guardava em cima da secretária e tal. E ela ali está, prateada com uma luzinha a piscar, muito gira.

Ficou de passar por cá.
Daqui a 34 zeons, não sei ao certo o que isso dá. Mas pronto... também não tive para lhe perguntar, que já era tarde e o Ice Tea estava a apertar a bexiga.

Disse-lhe adeus e ele lá foi, na direcção do infinito.

O meu primeiro UFO.

:-)

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