segunda-feira, novembro 24, 2003

Em busca das cuecas perdidas III

Jones corria desenfredamente atrás dos pequenos simios, sempre seguindo com os olhos aquele que levava as suas cuecas na cabeça. Passaram por uma vasta savana, tão densa que Jones perdeu a noção de onde estava e desconfiou que o tentassem desviar...
De súbito todo o bando parou e começaram a gritar, numa clareira, em frente a uma cascata gigantesca. Jones imitou-os e gritou como eles, para não ser desmascarado. Era impressionante que, mesmo apesar de vestido de caqui com chapéu e botas amarelas, ele não fosse descoberto. Mesmo impressionante (no mínimo).
Para seu grande espanto, a cascata começou a mover-se. Diante dos seus olhos, uma grande porta abriu de par em par, como o interior de uma arca de tesouro. Jones abriu a boca de espanto e engoliu uma mosca da savana, engasgou-se e disse um palavrão daqueles que tinha aprendido no Zimbabwe Oriental. Os chimpanzés viraram-se todos. As mães chimpanzés tapando as orelhas aos pequenos filhos chimpanzés. Jones estava de novo em apuros. Correu para dentro da porta e ainda espantado viu que estava no interior de um grande centro comercial, que só vendia roupa interior. Na sua corrida, apanhou as suas cuecas do simio distraido e subiu, andares e andares, até chegar ao topo da montanha.
Lá do cimo, podia ver-se na distância o casamento a decorrer.
Jones tinha desmascarado uma rede de traficantes de roupa interior e permitido a paz duradoura da savana.
Orgulhoso pegou no chicote e lançou-o a uma árvore. Com um sorriso de milhão de kwanzas saltou e apenas se viu a sua forma negra a desaparecer contra o horizonte de pôr-do-sol.
Tinha salvo mais um dia, mas outros dias viriam para serem salvos.
Era bom saber que havia um Jones por aí, a proteger a savana.

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