sexta-feira, outubro 24, 2003

Drunken nights

Uma sombra cambaleia no corredor que faz uma curva, para se perder no fim do horizonte interno. Alguém o segura. Um criado vestido de branco.

«Sr. Mathews? É aqui...»

A nickle. A dime.

«Have a restful night sir».

A carpete vermelha infiltra-se lentamente nos olhos dele, enquanto as mãos febris e quentes procuram a chave do quarto nos bolsos. O alcóol não o deixa pensar, e não o deixa controlar as mãos convenientemente.

Os golfinhos de prata, pregados contra as paredes almofadadas, de um castanho doentio, entre o mel e o castanho terra, deixam-no por momentos a olhar para a grande superficie vidrada que dá para o mar. Parece estar a pairar, sobre a água impenetrável e fria.

Há algo estranho em golfinhos esculpidos a voar, sem nunca poderem cair do voo...

A chave finalmente abre o quarto 78. Ele sorri maliciosamente.

Passos lentos para o minibar.
Um shot rocambolesco de vodka. For the road to dreamland...

Bebe de um trago e passa a manga da camisa lilás pela barba por fazer.

Depois deixa-se cair de costas para a cama redonda, coberta de flanela vermelha. Sim... como a carpete lá fora.
Descalça os sapatos com os pés e cai num coma até à manhã seguinte.

Sem pensar, porque dormem os homens como ele.
Sem pensar, porque dormem...

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