sexta-feira, outubro 17, 2003

Castanho claro e sardas

Jaz aqui uma Pereira antiga.
Tronco e flores caidas antes de desabrochar, pequenas em pétalas arrependidas.

O tronco dobrado para beber da água e dois mil anos de redenção. Costumava receber rapazes de ramos abertos e o sol com as folhas a tapar as frutas recém-nascidas.

Aqui houve em tempos uma vida imensa, como uma estrela. Que fazia dançar seiva e que fazia do poder da terra, carne vegetal pouco menos dourada do que a luz da Primavera pelas tardes.

Pela casca ferida passavam as mãos perdidas de namorados, roçavam os corpos quentes e perdidos que depois iam até ao fim do caminho que hoje se perde ele também debaixo das ervas altas e selvagens.

Ouve...

Aqui perto corre um ribeiro doce por causa das pedras polidas e irregulares.
Não se pode deixar de sorrir, mesmo quando a água não se ouve, por se perder o som nas cores agitadas das flores silvestres.

Um pequeno sorriso entre as tuas mãos, seguras um rebento, seguras uma vida.

Um pequeno sorriso é tudo o que precisas para ser feliz.

:-)

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