sábado, julho 21, 2012



quarta-feira, junho 27, 2012


domingo, maio 06, 2012

os edifícios à noite

os edifícios à noite comovem-me
cada janela iluminada, uma vida
e na noite, tantas vidas que não eu
como sobrevivem eles, 
o que pensam, estarão tristes,
alegres, o que pensam.

os edifícios à noite, 
sobretudo quando são altos, 
comovem-me, 
fazem-me chorar.
quantas vidas neles habitam,
vidas que não são a minha. 
o que pensarão, serão felizes, 
terão a visão clara do futuro.

à noite ando pelas ruas e olho, 
no alto, agarrado às esquinas de pedra
há altos templos sem altares e, 
lá dentro, rezam corpos que trabalham,
que fingem uma rotina, 
que não sabem não o fazer. 
quantos deles sonham, 
quantos deles têm esperança, 
quantos desejam morrer. 

os edifícios à noite, 
comovem-me. 
e lá do alto, 
corpos alados descem,
atiram-se. 
porque não se atiram.


sexta-feira, maio 04, 2012

Regresso












regresso hoje à minha casa antiga, 
mármores e dourados e tudo. 
a minha casa antiga recebe-me fria
e cheia de nada, quartos abandonados 
imersos de vento e alegorias. 
regresso onde para onde nunca saí
na esperança imaterial de que haja um abraço,
alguma coisa que à minha espera. 
mas são sempre as mesmas sombras, 
são sempre os mesmos espectros.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

dois pássaros em voo alto
dançando divertidos nas
correntes alternadas do vento
pontas de asas viradas umas
para as outras, no delírio fixo
de serem aves

uma hora aqui e depois
desaparecidos para outro sítio
qualquer, ainda o mesmo céu,
engolidos pela direcção
avessa e contrária de
um destino qualquer
no lado do mar
no topo das ondas rebeldes

um destino qualquer que não
é este de estar aqui a olhá-los

sexta-feira, janeiro 13, 2012




quarta-feira, dezembro 28, 2011

cala-te
não respires

porque a vida
não vale
nada de ti

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